Em diferentes épocas, e de acordo com os acontecimentos do momento, foram adotadas, por diversas pessoas, diferentes formas de percepção da cidade, através do ato de caminhar. Ou seja, tais estratégias do caminhar refletem a sociedade e as mudanças vividas por esta em cada época.
Sendo assim, serão tratados a seguir o Flânerie, a Deriva e o Parkour.
Flânerie
Foi criado por Charles Baudelaire (1821-1867), um poeta que viveu na Paris do século XIX, momento em que se consolidava a Revolução Industrial, trazendo profundas mudanças na vida da sociedade da época. A grande cidade era uma novidade para as pessoas. Era um período de péssimas condições de trabalho. Ressalta-se, também, a reafirmação do capitalismo, bem como a valorização da mercadoria e do capital em detrimento das pessoas, as quais eram marcadas por uma angustia constante.
É em tal contexto que surge a figura do flâneur, um indivíduo que, frente a tal realidade, não a aceita passivamente e “recusa-se a ser um mero corpo servil”¹. Em contrapartida, ele adota uma postura de observador da cidade. Mais do que observar, ele “registra idéias, sentimentos e atitudes”², ele desenvolve uma reflexão ante os acontecimentos ao seu redor.
Devido à sua atitude de vagar pela cidade, observando sua dinâmica, seus contrastes, as diversas classes sociais e seus comportamentos, é atribuído ao flanêur, a imagem de ócio, de vadiagem. E esta definição, é a mesma encontrada, atualemente, no dicionário MICHAELIS, para o verbo flanar³.
Concluindo, ao invés da concepção de vagabundagem, a importância do Flânerie, dá-se principalmente ao fato da sensibilização do individuo e de sua capacidade de reflexão crítica frente à realidade a qual está inserido.
Sendo assim, serão tratados a seguir o Flânerie, a Deriva e o Parkour.
Flânerie
Foi criado por Charles Baudelaire (1821-1867), um poeta que viveu na Paris do século XIX, momento em que se consolidava a Revolução Industrial, trazendo profundas mudanças na vida da sociedade da época. A grande cidade era uma novidade para as pessoas. Era um período de péssimas condições de trabalho. Ressalta-se, também, a reafirmação do capitalismo, bem como a valorização da mercadoria e do capital em detrimento das pessoas, as quais eram marcadas por uma angustia constante.
É em tal contexto que surge a figura do flâneur, um indivíduo que, frente a tal realidade, não a aceita passivamente e “recusa-se a ser um mero corpo servil”¹. Em contrapartida, ele adota uma postura de observador da cidade. Mais do que observar, ele “registra idéias, sentimentos e atitudes”², ele desenvolve uma reflexão ante os acontecimentos ao seu redor.
Devido à sua atitude de vagar pela cidade, observando sua dinâmica, seus contrastes, as diversas classes sociais e seus comportamentos, é atribuído ao flanêur, a imagem de ócio, de vadiagem. E esta definição, é a mesma encontrada, atualemente, no dicionário MICHAELIS, para o verbo flanar³.
Concluindo, ao invés da concepção de vagabundagem, a importância do Flânerie, dá-se principalmente ao fato da sensibilização do individuo e de sua capacidade de reflexão crítica frente à realidade a qual está inserido.
¹BARROS, Fernando Monteiro de. Baudelaire, Byron e Lúcio Cardoso - a flânerie e o dandismo do vampiro.
Disponível em: http://www.filologia.org.br/soletras/5e6/04.htm
²MELCHIADES, Danielle. Trilhando Diálogos com Baudelaire.
Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/1285/1/trilhando-dialogos-com-baudelaire/pagina1.html
³MICHAELIS – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/
Disponível em: http://www.filologia.org.br/soletras/5e6/04.htm
²MELCHIADES, Danielle. Trilhando Diálogos com Baudelaire.
Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/1285/1/trilhando-dialogos-com-baudelaire/pagina1.html
³MICHAELIS – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/
Deriva
Com um contexto histórico semelhante e em um momento posterior ao Flânerie, surge, então, através do Movimento Situacionista¹ – o qual tem como principal representante Guy Debord – a Deriva. Cabe lembrar também, que era uma época em que se iniciava o Movimento Moderno e suas prerrogativas funcionalistas.
A deriva é um ato de caminhar se um rumo pré-determinado, objetivando estudar as influências de ordem psíquica e emocinal que o meio urbano gera nas pessoas (psicogeografia), ou seja, trazer à tona uma reflexao sobre o espaco e a influencia do mesmo sobre o comportamento humano.
Tal técnica abarca os mais variados métodos, desde perambular sem um destino específico até se orientar em uma cidade com um mapa de outra, por exemplo.
Com um contexto histórico semelhante e em um momento posterior ao Flânerie, surge, então, através do Movimento Situacionista¹ – o qual tem como principal representante Guy Debord – a Deriva. Cabe lembrar também, que era uma época em que se iniciava o Movimento Moderno e suas prerrogativas funcionalistas.
A deriva é um ato de caminhar se um rumo pré-determinado, objetivando estudar as influências de ordem psíquica e emocinal que o meio urbano gera nas pessoas (psicogeografia), ou seja, trazer à tona uma reflexao sobre o espaco e a influencia do mesmo sobre o comportamento humano.
Tal técnica abarca os mais variados métodos, desde perambular sem um destino específico até se orientar em uma cidade com um mapa de outra, por exemplo.
¹ “Os situacionistas chegaram a uma convicção exatamente contrária àquela dos arquitetos modernos. Enquanto estes acreditavam em um primeiro momento, que a arquitetura e o urbanismo poderiam mudar a sociedade, os situacionistas estavam convictos de que a própria sociedade deveria mudar a arquitetura e o urbanismo.
Enquanto os modernos chegaram a achar, como Le Corbusier, que a arquitetura poderia evitar a revolução, os situacionistas, ao contrário, queriam provocá-la, e pretendiam usar a arquitetura e o ambiente urbano em geral para induzir à participação e assim fazer a revolução da vida cotidiana contra a alienação e a passividade.”
Internacional Situacionista – Deriva, Psicogeografia e Urbanismo Unitário.
Disponível em: http://deriva.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=42&Itemid=59
Enquanto os modernos chegaram a achar, como Le Corbusier, que a arquitetura poderia evitar a revolução, os situacionistas, ao contrário, queriam provocá-la, e pretendiam usar a arquitetura e o ambiente urbano em geral para induzir à participação e assim fazer a revolução da vida cotidiana contra a alienação e a passividade.”
Internacional Situacionista – Deriva, Psicogeografia e Urbanismo Unitário.
Disponível em: http://deriva.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=42&Itemid=59
Parkour
O Parkour, contraditoriamente ao senso comum, não é um esporte radical mas sim uma arte (como as artes marciais, por exemplo), podendo ser encarado como uma arte de fuga.
Tendo como principal representante e criador o francês David Belle – que atuou no filme 13º distrito (Banlieue 13) – esta prática tem como princípio se mover de um lugar para outro (“do ponto A para o B”) de forma mais rápida e gastando a menor quantidade de energia possível (conceitos de eficiência e utilidade), tendo como único instrumento o próprio corpo. De acordo com David, a beleza não está na grandeza do movimento, mas no movimento em si, em quão intimidade o praticante (trauceur) tem com o movimento.
Há também a derivação Parkour Freestyle, que foca mais as acrabacias e se distancia da filosia da arte original.
Assim como as demais práticas, o Parkour também reflete o tempo e a sociedade em que está inserido: o hoje, o qual é caracterizado principalmente pela rapidez e velocidade, exemplificados seja na correria do dia-a-dia das pessoas ou pelo constante e acelerado desenvolvimento da tecnologia.
Uma frase que pode definir bem a ideologia do Parkour praticada por Belle é “Usar a cidade ao invés de deixá-la nos usar”¹.
O vídeo abaixo, mostrado em aula, é um bom exemplo da essência do Parkour e de uma edição de vídeo de boa qualidade.
O Parkour, contraditoriamente ao senso comum, não é um esporte radical mas sim uma arte (como as artes marciais, por exemplo), podendo ser encarado como uma arte de fuga.
Tendo como principal representante e criador o francês David Belle – que atuou no filme 13º distrito (Banlieue 13) – esta prática tem como princípio se mover de um lugar para outro (“do ponto A para o B”) de forma mais rápida e gastando a menor quantidade de energia possível (conceitos de eficiência e utilidade), tendo como único instrumento o próprio corpo. De acordo com David, a beleza não está na grandeza do movimento, mas no movimento em si, em quão intimidade o praticante (trauceur) tem com o movimento.
Há também a derivação Parkour Freestyle, que foca mais as acrabacias e se distancia da filosia da arte original.
Assim como as demais práticas, o Parkour também reflete o tempo e a sociedade em que está inserido: o hoje, o qual é caracterizado principalmente pela rapidez e velocidade, exemplificados seja na correria do dia-a-dia das pessoas ou pelo constante e acelerado desenvolvimento da tecnologia.
Uma frase que pode definir bem a ideologia do Parkour praticada por Belle é “Usar a cidade ao invés de deixá-la nos usar”¹.
O vídeo abaixo, mostrado em aula, é um bom exemplo da essência do Parkour e de uma edição de vídeo de boa qualidade.
¹Retirado do vídeo "Entrevista David Belle legendada".
Disponivel em: http://www.youtube.com/watch?v=-qqG7b_ZCG4
Disponivel em: http://www.youtube.com/watch?v=-qqG7b_ZCG4
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